Capítulo adicional 6

A reflexão séria precede a revelação

Um registro original deste discurso está disponível em churchhistorianspress.org (registro cortesia da Conferência de Mulheres da BYU).







Conferência de Mulheres da BYU

Edifício Joseph Smith, Universidade Brigham Young, Provo, Utah

5 de maio de 2006

Maurine Jensen Proctor (nascida em 1949) descreveu sua mãe e sua avó como mulheres que amavam escrever. “Acho que escrever é como um dom na família”, ela disse. Ela afirma que as conversas longas e frequentes com sua mãe, Maurine Conover Jensen, contribuíram substancialmente para seu desenvolvimento, explicando que sua mãe era uma mulher idealista, apreciativa e com princípios elevados, que encorajou sua filha a aproveitar os exemplos de seus antepassados para criar resiliência em si mesmo. Jensen dizia: “Os Conover cruzaram as planícies e nunca se sentaram e desistiram. E você também não vai. (…) Somos engenhosos; não desistimos”.1 O pai de Proctor, Joel Peter Jensen, foi um educador que trabalhou como diretor da Hillcrest High School em Midvale, Utah, e como diretor da Jordan School District.2

Proctor se formou em inglês pela Universidade de Utah (1971), depois obteve um mestrado na Harvard Graduate School of Education (1972). Depois de trabalhar como professora por um ano, ela percebeu que queria passar sua vida profissional escrevendo. Ela escreveu para a revista New Era antes de se mudar para Chicago em 1973.3 Certo dia, enquanto limpava a capela depois de uma atividade da Sociedade de Socorro (Proctor era a presidente local da Sociedade de Socorro), o telefone da Igreja tocou e ela atendeu. Era um repórter do Chicago Sun-Times, que explicou que o jornal queria publicar uma história sobre as mulheres mórmons. Quando Proctor respondeu que ela era uma mulher mórmon e escritora, eles pediram a ela que escrevesse a história e depois a contrataram para escrever muitos artigos subsequentes. Ela também começou a escrever para as revistas McGraw-Hill. Proctor continuou a escrever quando ela voltou para Utah em 1976, inclusive para o programa do Coro do Tabernáculo Mórmon Música e Palavras de Inspiração, para especiais de Natal do Coro do Tabernáculo Mórmon e para o programa de rádio You and Your World. Proctor foi coautora de dois livros com Paul H. Dunn e escreveu três livros sozinha.4

Depois do divórcio, Proctor se casou com Scot Facer Proctor em 1988, juntando seus 11 filhos. Scot e Maurine são parceiros tanto no lar como no trabalho. Juntos editaram a revista This People de 1992 a 1995.5 Por volta de 2006, eles tinham produzido sete livros, inclusive livros fotográficos e edições revisadas e aprimoradas de clássicos da história da Igreja mórmon. Maurine diz que está “tão acostumada a dormir no local onde precisamos pegar a primeira luz para capturar uma foto para nosso livro quanto estou com sentar na frente do computador”.6 Para sua nova versão editada da história de Lucy Mack Smith de seu filho Joseph Smith, eles incluíram detalhes íntimos da vida familiar, bem como as palavras originais de Smith nos casos em que tinham sido alteradas. Eles também adicionaram 600 notas de rodapé e 150 fotografias. Em 1999, os dois fundaram uma revista online chamada Meridian, uma fonte popular para notícias, comentários e artigos da Igreja de interesse especial.7

Recordando as circunstâncias sob as quais ela fez o seguinte discurso em 2006, Proctor declarou que muitas vezes ela escreve sobre algo a fim de refletir sobre isso em sua própria mente. Encontrar tempo para reflexão era particularmente difícil ao cuidar dos filhos, ela admitiu e acrescentou: “O Senhor (…) nos dá inspiração quando não percebemos que a estamos recebendo”.8 Proctor compartilhou seus pensamentos sobre reflexão e revelação em uma conferência de mulheres da BYU.

Bênção no final da noite

Certa noite, há vários anos, nossa filha adolescente mais velha não chegou no horário combinado que deveria chegar, à meia-noite. Deu uma 1 da manhã e ela ainda não havia chegado. Fizemos o que qualquer pai faria. Entramos em pânico. Oramos. Fizemos aquelas ligações incômodas no meio da noite para os amigos dela às 2 horas da manhã. Ficamos imaginamos todos os perigos em que ela poderia estar. Oramos com mais fervor. Chorei de preocupação. Os minutos pareciam horas: 2 horas e 30 minutos, 2 horas e 45 minutos da madrugada. O mundo estava dormindo, mas nós não, dois pais muito preocupados com sua preciosa filha.

Por fim, às 3 horas da madrugada ouvimos a porta da frente se abrir silenciosamente. Decidimos sobre um plano para dividir e conquistar. Meu marido, Scot, ficou em nosso quarto e orou por mim enquanto eu desci para receber nossa filha. A conversa foi exatamente como esperávamos. Briguei com ela, não literalmente, mas havia um tom na minha voz. Lembrei-lhe sobre o horário de chegar em casa, falei sobre os perigos e as muitas tentações ao ficar fora até tarde e descrevi nossa preocupação dolorosa. Ela ficou na defensiva. E perguntou se não confiávamos nela. Ela disse que estava velha demais para ter horário para chegar em casa. Quanto mais ela resistia aos meus ensinamentos, mais aumentava a tensão entre nós. Eu precisava muito de ajuda para transformar essa conversa tensa em um momento de amor e ensino. Naquele exato momento, senti a influência das orações do meu marido por mim, e uma inspiração veio à minha mente. Eu tinha orado muito sobre essa nossa filha sobre quem eu andava muito preocupada e, alguns dias antes, o espírito sussurrou algo sobre ela para mim.

Parei de falar sobre horários por alguns instantes. Eu estava calma e sabia que aquele era o momento de dizer aquela mensagem para ela. “Na semana passada”, eu disse, “o Espírito me disse algo sobre você”. Sua atitude defensiva começou a desaparecer. Era a primeira vez que ela tinha ouvido algo que eu dissera naquela noite. “Conte-me”, ela disse com desejo sincero. Respondi: “O Espírito me disse para não me preocupar muito com sua vida, porque todas as coisas dariam certo para você, tudo ficaria bem”.

“Você ouviu isso, mãe?”, ela perguntou entusiasmada. “O que mais o Espírito falou sobre mim?” Sinta a fé em suas perguntas. Ela acreditava que Deus tinha ouvido minhas orações e as respondeu. Ela acreditou que Ele a conhecia e a amava. Quando a vi como uma filha forçando os limites ao chegar tarde em casa, Ele conhecia o coração dela e a fé que existia ali que talvez nem ela soubesse que tinha. Nossa conversa se tornou doce quando conversei com ela sobre a confiança que Deus tinha nela e o conhecimento pessoal Dele de seu coração e de sua bondade.

Anteriormente, ela queria fugir da minha presença e do meu sermão. Naquele momento, ela estava atenta e conversamos até às 4 horas da madrugada. Considero isso como um momento precioso em minha experiência como mãe.

Pedras escuras cheias de luz

Nossa vida é como a jornada que os jareditas previram no mar tempestuoso, onde as ondas gigantescas os alcançariam, seriam jogados para aqui e ali pelos ventos e seriam arremessados por fortes correntes.9 Aquela era uma jornada na qual eles não sobreviveriam no escuro.

Havia algo realmente errado com a maneira como comecei a falar com minha filha? Levando em conta a situação, eu estava bem calma, fui clara e também estava certa. O problema foi que, até o Espírito nos influenciar com Sua luz, também fui completamente ineficaz.

O irmão de Jarede procurou uma solução para as trevas. Colocando sua mente e suas forças na solução, ele “de uma rocha fundiu dezesseis pequenas pedras; e elas eram brancas e límpidas”.10 Tentei imaginar o trabalho e a engenhosidade que seriam necessários para derreter as pedras. Naquela época, que tipo de trabalho exaustivo era necessário para criar uma fonte de calor capaz de derreter as pedras com suor escorrendo de sua fronte?

Ainda assim, depois de tudo o que o irmão de Jarede poderia fazer, depois do trabalho árduo, esforço e das melhores soluções em sua mente, ainda assim ele tinha apenas 16 pedras escuras. Elas só conseguiram brilhar quando foram tocadas pelo dedo de Deus.

Com frequência, estamos conturbadas e com pressa, enfraquecidas e sobrecarregadas. Criamos o equivalente a 16 pedras em nossa vida e as deixamos dessa forma. O mundo toma tanto o nosso tempo11 que não fazemos a jornada para o alto da montanha e deixamos o Senhor tocar todos os nossos esforços atordoantes com Seu dedo e enchê-los de luz. Até isso acontecer, no entanto, ainda viajamos na escuridão.

Ocupadas e apressadas, muitas vezes decidimos por soluções do “homem natural”, correndo de uma tarefa para outra, riscando os itens em nossas listas de coisas a fazer num frenesi louco sem o poder transformador que a percepção espiritual sempre traz.12 O alarme toca pela manhã, já saímos correndo e, com muita frequência, sem escalar a montanha para que os pedaços de pedra de nossa vida sejam tocados com luz.

O verdadeiro significado da cegueira

As escrituras têm uma frase para essa pressa na escuridão. Elas falam de pessoas que sofrem de “cegueira de sua mente”.13 A tradução grega original desta palavra “cegueira” produz um profundo entendimento. A palavra é po-ro-sis, que significa “a cobertura com um calo; impertinência do discernimento mental, a percepção embotada”.14

Paulo, antes de sua conversão, tinha esse tipo de cegueira. Ele andava com grande zelo fazendo a coisa errada, provocando a ira e perseguindo os cristãos. Então, depois de sua visão na estrada para Damasco, ele literalmente perdeu sua visão. Ele ficou cego até receber uma bênção e as escamas caírem dos seus olhos.15

Então havia o homem, cego de nascença, a quem o Senhor curou no Sábado. Claro que houve uma agitação e os fariseus chamaram o homem diante de si, querendo saber como ele havia recebido sua visão. Eles disseram: “[O homem que fez isso] não é de Deus, pois não guarda o sábado”. A cura não era uma atividade para o Sábado de acordo com o modo de pensar deles. O homem curado respondeu: “Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo”.16

Há algo maior do que aqueles momentos em nossa vida em que as escamas caem de nossos olhos, quando podemos dizer: “Havendo eu sido cego, agora vejo”?

Alma diz que o Espírito ilumina nosso entendimento e expande nossa mente.17 Por outro lado, às vezes podemos sentir a falta do Espírito quando andamos por aí, indiferentes e com medo, cegos e angustiados em nossa mente e nosso coração.

Da crença à luz

Como declarou o rei Benjamim: “Acreditai em Deus; acreditai que ele existe (…); acreditai que ele tem toda a sabedoria e todo o poder, tanto no céu como na Terra; acreditai que o homem não compreende todas as coisas que o Senhor pode compreender”.18

Ele compreende as respostas para cada pergunta que temos. Não é a vontade Dele que andemos na escuridão. Ele sabe como nos libertar de nossas limitações e elevar os obstáculos. Você se pergunta: Como posso amar de forma eficaz e abrir meu coração para abençoar as pessoas cuja vida toca a minha? Como escolher entre todas as possibilidades e fazer melhor uso de minha vida? Como encontrar sustento em tempos de necessidade? Que hino vou cantar? Como posso vencer as coisas que machucam? Quem sou eu? Amado Senhor, quem és tu?

O Senhor nos oferece Suas soluções para todas as nossas perguntas, e Ele nos diz: “Eu sou mais inteligente que todos eles”.19 Não há nenhum problema que apresentemos a Ele ou nenhum desafio tão complexo que Ele já não tenha a resposta. O que fazer para que um pouco dessa luz seja derramada em nossa mente?

As escrituras revelam um padrão para o recebimento de luz, e é algo sobre o qual falamos com frequência: A reflexão séria precede a revelação.

Leí conta a seus filhos sobre a visão da árvore da vida, e eles têm reações muito diferentes. Lamã e Lemuel entraram numa tenda e pelejaram sobre seu significado, mas Néfi voltou sua mente à séria reflexão. Sua mente se tornou um campo fértil em que o Senhor podia arar. Ele diz: “Enquanto estava eu sentado, ponderando em meu coração, fui arrebatado pelo Espírito do Senhor, sim, a uma montanha muito alta que eu nunca vira e sobre a qual nunca havia posto os pés”.20

O debate de Lamã e Lemuel na tenda não levou à revelação. A reflexão de Néfi abriu a porta para uma esclarecedora revelação que abençoou a todos nós. A reflexão séria era o que Néfi fazia, pois ele nos diz mais tarde: “Meu coração medita continuamente nas coisas que vi e ouvi”.21

Reflexão séria

Em outubro de 1918, Joseph F. Smith recebeu uma visão gloriosa de Cristo indo às hostes dos mortos.22 O registro dessa visão se encontra na seção 138 de Doutrina e Convênios. Nessa visão, ele viu a alegria e o regozijo de muitos milhares de espíritos que tinham sido fiéis no testemunho de Jesus Cristo. O que abriu os olhos dele para receber essa grandiosa experiência? Ele disse: “Sentei-me em meus aposentos meditando sobre as escrituras”, e novamente, “enquanto refletia sobre essas coisas que estão escritas, os olhos de meu entendimento foram abertos”.23

Joseph Smith nos diz que, antes de receber a visão do Pai e do Filho, sua “mente foi levada a sérias reflexões”.24 O que é séria reflexão? É o pensamento atento e concentrado, como a luz do sol através de uma lente que vai abrir um buraco no papel. Não é superficial. Não fica mudando de uma distração para outra. Não desvia do curso ou é levada pelo vento como as ondas do mar.25

Recebemos mais esclarecimentos disso com a descrição de Oliver Cowdery sobre Joseph da noite em que Morôni o visitou pela primeira vez. Oliver escreveu: “Na noite do dia 21 de setembro de 1823, antes de se recolher para descansar, a mente do nosso irmão estava inusitadamente voltada ao assunto que há tanto tempo lhe preocupava — seu coração estava voltado à oração fervorosa e toda a sua alma estava tão desligada de tudo de natureza temporal que a Terra tinha perdido seus encantos, e tudo o que ele desejava era estar com o coração preparado para conversar com algum mensageiro amável que pudesse lhe comunicar a informação desejada de sua aceitação por Deus.

Por fim, a família foi dormir, e ele, como de costume, seguiu seu caminho, em silêncio, no qual outros poderiam ter descansado seus corpos cansados e dormir, no entanto o descanso não era possível para ele, mas os outros perto dele foram capazes de desfrutar de um sono reparador. Ele continuou ainda a orar; seu coração, embora uma vez duro e obstinado, foi suavizado, e sua mente, que muitas vezes vagava, como um ‘pássaro migratório’, havia se estabelecido de forma determinada para não ser distraído ou afastado de seu propósito”.26

Gosto muito da imagem de nossos pensamentos como um “pássaro migratório”. E eles são muito frequentes! E com frequência desejamos que não fossem dessa maneira.

Quando penso em um pássaro migratório, lembro-me do dia em que um pássaro entrou em nosso escritório por uma janela aberta. Ele não conseguia encontrar o caminho para fora e, em pânico, ficou voando de um lado da sala para o outro em tentativas inúteis. Ficamos observando enquanto ele ia de um canto ao outro, mas sem progresso. Esse tipo de pânico é um grande contraste com a oração determinada de Joseph que não seria desviada nem afastada de seu propósito.

As distrações nos impedem de ter revelação

A oração e a espiritualidade exigem disciplina mental e foco. É de admirar que este tipo de oração não leve à revelação: “Amado Pai Celestial, Agradeço-Te por… será que descongelei a carne para o jantar? Abençoa-nos … espero que isso não demore muito. Tenho tantas coisas para fazer. E por favor abençoa… A festa será na sexta-feira ou no sábado à noite?”

As distrações são as inimigas da séria reflexão e de ponderar. Nem sempre é preciso um grande pecado para nos deixar cegos. Bastam pequenas coisas que mexem com nossa cabeça. C. S. Lewis capta essa ideia em seu livro Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz. A premissa é que se trata de uma série de cartas de Screwtape, um diabo sênior a um diabo júnior, ensinando-lhe a melhor maneira para tentar o ser mortal a quem ele é designado.

Screwtape explica: “Certa vez tive um paciente, um ateu puro, que costumava ler no Museu Britânico. Um dia, enquanto ele lia, vi uma linha de pensamento em sua mente começando a seguir o caminho errado. Em outras palavras, esse ateu puro considerou por alguns instantes que houvesse um Deus. Ele teve um momento de reflexão séria sobre o que é divino e eterno.

Screwtape diz: “De repente vi meu trabalho de 20 anos começando a desmoronar. Se eu tivesse perdido a cabeça e começasse uma tentativa de defesa por argumento eu o teria perdido. Mas eu não era tão tolo. Imediatamente ataquei no ponto do homem em que eu tinha o melhor controle e sugeri que estava na hora dele almoçar. [Deus] presumivelmente fez uma contraproposta (…) que isso era mais importante que almoçar. Pelo menos pensei que aquela deve ter sido a linha de pensamento dele, quando eu disse: ‘Verdade. Na verdade, importante demais para lidar no final da manhã’, o paciente se iluminou consideravelmente; e quando acrescentei ‘Muito melhor voltar depois do almoço e pensar sobre isso com a mente fresca’. Ele já estava na metade do caminho para a porta”. É claro, Screwtape relatou com satisfação, que a distração funcionou e, quando o homem estava do lado de fora e viu o ônibus nº 73 e um vendedor de jornais, ele já tinha voltado ao que ele chamava de “vida real” e o pensamento sobre Deus nunca mais voltou à sua mente.27 Por que nos tentar com ações sombrias quando nossa cabeça pode ser tão facilmente desviada das coisas eternas por uma distração?

Profundamente importante

Não só nossas vidas estão cheias de distrações, mas muitas vezes pensamos que a vida se trata de distrações. Concentramo-nos demais nos detalhes.28 De fato, quando temos um momento de quietude, muitas vezes buscamos ativamente preenchê-lo com mais distrações. Ligamos os rádios nos carros ou trabalhamos com o volume da televisão bem alto. Ficamos na praia brincando com os brinquedos de plástico em vez de entrar nas águas profundas onde há tanto para ser descoberto.

Joseph Smith disse: “Estou habituado a nadar em águas profundas”, 29 e ele também disse: “As coisas de Deus são profundamente importantes; e somente com tempo, experiência e cuidadosa e solene reflexão podemos descobri-las. Ó homem, se quiseres conduzir uma alma para a salvação, tua mente precisa estender-se até o mais alto céu e contemplar o profundo abismo e vasculhar a ampla expansão da eternidade, é preciso ter comunhão com Deus”.30 Ele disse isso no contexto de que, em muitas de nossas aulas e reuniões, temos estado distraídos, “vãos e levianos”, sem nos concentrar em nossa direção.

Não podemos compreender as respostas às perguntas que não fizemos. Deus não pode compartilhar seu profundo conhecimento com aqueles que não estão interessados nem no que é básico. Na jornada para entender a vasta extensão que Deus nos ensinaria sobre nossa própria vida e o universo e além, a percepção leva à outra percepção. As impressões vêm à mente que está pronta para ser ensinada, e não àquelas que já estão cheias de frivolidades.

Mas, queremos gritar: “Minha vida está fragmentada e despedaçada por obrigações e deveres, todas as coisas pequenas e insignificantes da mortalidade. Não consigo evitar. É a condição e o barulho do mundo moderno”. Afirmo, precisamos conseguir. Somos o povo de Deus. Ele tem coisas para nos dizer que só serão acessíveis à mente que pode, com frequência, ter sérias reflexões. Não viemos aqui para esquecer de nosso divino destino sob uma confusão de pensamentos aleatórios.

Zumbido das moscas: Uma bênção

Certa vez, quando era uma jovem mãe, precisei de uma resposta à minha oração.31 Contratei uma babá, peguei minhas escrituras e meu diário e caminhei por uma trilha em que negligenciei uma vista maravilhosa. Sentei, abri minhas escrituras e o diário e comecei a orar. De repente ouvi um zumbido, muitos zumbidos. Havia moscas por toda parte, circulando minha cabeça, nas páginas das minhas escrituras, distraindo-me de minha leitura. Tentei continuar, mas estava difícil. As moscas zumbiam e me atacavam e, com muita frustração, peguei minhas coisas e fui para casa, pensando que eu não tinha recebido uma resposta. Na verdade, recebi uma resposta que permaneceu comigo por toda a minha vida.

Percebi que as moscas eram um símbolo. Eram como as distrações que muitas vezes me impediram de ter um foco espiritual quando mais precisei. Assim como eu queria ter lido o versículo um, uma mosca pousou no meio da segunda frase. No versículo dois, havia duas moscas. Eu gostaria muito de ponderar, de me concentrar nas coisas profundas do Espírito, mas as distrações me impediam. Eu era como Marta, “ansiosa e afadigada com muitas coisas”,32 mas o foco espiritual era a boa parte, para o qual a vida diária permitia muito pouco tempo.

Não nos surpreende descobrir que, para aprender a tocar um instrumento musical perfeitamente, é exigido extrema concentração, pensamento e prática. Por que então supomos que para que os mistérios de Deus sejam revelados a nós é exigido pouca energia mental?

Devemos decidir se vamos percorrer esta jornada mortal emaranhados em distrações ou encontrar tempo diariamente para a séria reflexão e ponderação que levam à revelação, se viajamos em barcos escuros ou os iluminamos com pedras tocadas pelo dedo de Deus. Estes tempos são tão perigosos que simplesmente não podemos nos dar ao luxo de viajar cegamente.

Um caminho para a revelação pessoal

Que tipo de reflexão leva à revelação e a orações respondidas, abrindo as portas do entendimento de nossa mente?

Néfi nos ajuda com isso. Ele nos dá pistas sobre no que ele estava pensando antes de ser levado para aquela montanha alta. Primeiro, ele diz: “Eu, Néfi, também desejei ver e ouvir e conhecer essas coisas pelo poder do Espírito Santo”.33 Ponderamos porque temos uma pergunta real ou um desafio. Ponderamos porque realmente queremos saber a verdade sobre algo. Queremos conhecer as coisas como elas realmente eram: “Como realmente são e de coisas como realmente serão”.34 O desejo arde em nós por conhecimento celestial.

Abraão saiu da casa de seus pais em Ur, porque ele disse: “Achando que havia maior felicidade e paz e descanso para mim, busquei as bênçãos dos pais (…) desejando também ser possuidor de grande conhecimento, e ser maior seguidor da retidão”.35

Aí está aquela palavra desejo novamente. Para Abraão, ela abriu a porta para uma nova dispensação de luz do evangelho.

Preste atenção na força do desejo que levou Lucy Mack Smith a ponderar e buscar a religião verdadeira. Ela disse que,

na preocupação de minha alma de cumprir o convênio que havia feito com o Todo-Poderoso, fui de lugar a lugar para buscar informações ou encontrar, se possível, um espírito agradável que tocasse meus sentimentos e simpatizasse comigo.

Por fim, ouvi que uma pessoa notável por sua devoção pregaria no sábado seguinte na igreja presbiteriana. Fui na expectativa de obter o que por si só poderia satisfazer minha alma — o pão da vida eterna. Quando o ministro começou, fixei minha mente com toda a atenção no espírito e no assunto do discurso, mas tudo era vazio, vaidade, aflição de espírito e caía como gelo em meu coração, um golpe intempestivo. (…) Não preencheu o vazio doloroso nem satisfez a fome da minha alma. Estava quase em total desespero e com o espírito aflito e perturbado voltei para casa, dizendo em meu coração, não há na Terra a religião que procuro. Devo novamente voltar à minha Bíblia, fazer de Jesus e Seus discípulos um exemplo. Tentarei pedir a Deus o conhecimento que o homem não pode dar nem tomar. Vou me conformar com isso. Ouvirei tudo o que pode ser dito, lerei tudo o que está escrito, mas particularmente a palavra de Deus será meu guia para a vida e salvação, que tentarei obter se for necessário por diligência na oração.36

As palavras de Lucy são uma expressão de séria reflexão. Seu desejo expressou com grande emoção “o vazio doloroso” e o vazio da minha alma.

Uma transformação gradual de nosso pensamento

Você acha que era querer muito que Néfi desejasse ver e ouvir a visão que seu pai Leí havia contado? Você acha que era importante para Abraão sair de casa devido aos seus intensos desejos de retidão? O desejo de Lucy era justo demais?

Não, todos foram respondidos com profunda revelação e bênçãos sobre sua cabeça. Seus desejos de conhecimento celestial estavam ligados ao sentido inabalável de que Deus era capaz de orientá-los nas respostas. Muitas vezes, não somos criaturas de muitos desejos, mas almas superficiais e sem inspiração, desejando muito pouco, recusando-se a pensar muito profundamente.

Vivemos em um universo, como o élder Neal A. Maxwell descreveu: “Repleto do modelo divino”,37 em que assombro é adicionado a assombro. Deus e Seu Filho, Jesus Cristo, estão dispostos a compartilhar os segredos do universo se simplesmente estivermos dispostos a receber seus dons (e “não ficar ofendido pela generosidade Deles”38).

Ponderar as escrituras leva à revelação. Joseph Smith tinha ponderado sobre Tiago 1:5 quando ele foi ao Bosque Sagrado e sobre João 5:29 quando ele recebeu a seção 76 de Doutrina e Convênios. Joseph F. Smith tinha ponderado sobre as escrituras de 1 Pedro 3:18–20 e 1 Pedro 4:6 quando ele recebeu sua visão do mundo espiritual.39

Ponderar sobre coisas profundas nos aproxima de Deus. O Senhor nos disse: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos”.40 Contudo, ele deseja que nossos pensamentos gradualmente se tornem como os Seus pensamentos e nossos caminhos se tornem os Seus caminhos.

Como o élder Maxwell disse: “Todo o conhecimento não é de igual importância. Não há uma igualdade de fatos! (…) Quando aprendemos sobre a verdade, sentimos que tem uma hierarquia de importância. (…) Algumas verdades são importantes para a salvação, e outras não”.41

O que podemos fazer? Podemos ponderar sobre o significado das escrituras. Podemos ponderar sobre as verdadeiras perguntas sobre as quais precisamos orar. Às vezes, antes de orar, anoto minhas perguntas em um caderno para que eu não esqueça. Muitas vezes, algo urgente e óbvio nos cega para o verdadeiro problema em questão. O que preciso ver que não estou enxergando?

Podemos ponderar sobre como o Senhor vê nossos desafios e como Ele os resolveria. Podemos ponderar sobre as ternas misericórdias do Senhor em nossa vida e o que elas nos ensinam sobre os Seus atributos. Ponderar nos conduz a verdades além do que o “homem ou mulher natural” pode encontrar, estabilidade quando o mundo ao nosso redor está instável, luz quando estamos viajando às cegas. Um mundo de convites nos aguarda. Muitas coisas sobre a nossa vida não podemos escolher, mas podemos decidir para onde nossa mente vai viajar.

Cercados por inimigos e ainda…

Uma das minhas passagens favoritas é o registro de uma noite em que Lucy Mack Smith não conseguiu dormir protegendo o baú que continha o manuscrito do Livro de Mórmon. Isso foi na época em que o Livro de Mórmon estava sendo impresso em Palmyra.42 Havia guardas em volta de sua causa, porque os inimigos da nova Igreja esperavam roubar o manuscrito e queimá-lo. Naquela noite, ela não conseguiu dormir pensando. Como ela disse: “Uma série de reflexões ocupou minha mente até amanhecer. Trouxe de volta à memória”, ela disse, “a história da minha vida, e cena após cena foi apresentada diante de mim”. Durante aquela noite, ela pensou em sua família, em sua busca intensa para encontrar a verdade de salvação. Ela se lembrou da sua confiança de que Deus levantaria alguém que traria a verdade para “aqueles que desejavam fazer Sua vontade à custa de todas as outras coisas”. Ela se lembrou com “infinito deleite” das verdades que Joseph ensinou a ela. Ela disse:

Minha alma se expandiu com uma alegria que dificilmente poderia ser mais forte, exceto pela reflexão de que o registro que custou tanto trabalho, sofrimento e ansiedade agora estava, na realidade, colocado sob minha própria cabeça — que esse exato trabalho não só tinha sido o objeto que nós, como família, havíamos perseguido tão ansiosamente, mas os profetas dos dias antigos, os anjos e até mesmo o grande Deus tinham Seus olhos sobre ele. “E”, disse a mim mesma, “devo temer o que o homem pode fazer? Os anjos não vigiarão a preciosa relíquia dos mortos dignos e a esperança dos vivos? E realmente sou a mãe de um profeta do Deus dos céus, o instrumento honrado que realiza uma obra tão grandiosa?” Senti que estava no domínio dos anjos, e meu coração se regozijava com o pensamento da grande condescendência do Todo-Poderoso.

Assim, passei a noite cercada por inimigos e ainda com um êxtase de felicidade. Verdadeiramente posso dizer que minha alma se ampliou e que meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador.43

Que nossas reflexões nos forneçam luz em nossa jornada, perspectiva para o momento e luz em grandes coisas e coisas que são grandes para nós. Certa noite há nove anos, quando estava ponderando e orando sobre como ajudar minha filha, foi-me dada a coisa certa a dizer no momento certo. Foi algo grande para mim.

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A reflexão séria precede a revelação, Ao Púlpito, accessed 21 de novembro de 2024 https://chpress-web.churchhistorianspress.org/at-the-pulpit/bonus-chapters/bonus-6?lang=por

Notas de rodapé

  1. [1]Maurine Jensen Proctor, entrevista por Kate Holbrook, 19 de agosto de 2015, pp. 25, 27, Biblioteca de História da Igreja.

  2. [2]Proctor, entrevista, p. 26; “Joel Peter Jensen”, Deseret News, 21 de janeiro de 1978. Seis anos após sua morte, a Joel P. Jensen Middle School, nomeada em sua honra, abriu em West Jordan, Utah (Proctor, entrevista, p. 26; Joel P. Jensen Middle School, acesso em 4 de janeiro de 2016, jordandistrict.org).

  3. [3]Proctor, entrevista, pp. 3–7. Para informações sobre a revista New Era, consulte Elaine Cannon, “Season of Awakening” [Tempo de Despertar], incluído.

  4. [4]Paul H. Dunn serviu no primeiro conselho dos setenta no primeiro quórum dos setenta de 1964 a 1989.

  5. [5]Maurine e Scot Proctor, “From the Editors” [Dos Editores], This People [Este Povo] 13, nº 4, Holiday 1992, p. 8; Maurine e Scot Proctor, “From the Editors”, This People 16, nº 4, Holiday 1995, p. 8; Proctor, entrevista, pp. 8, 13, 28. This People era uma revista independente de 1979 a 1998 que tratava de personalidades e temas da Igreja. Antes de se tornar editora da revista, Maurine Proctor trabalhou por vários anos como editora auxiliar.

  6. [6]Maurine Proctor, mensagem de e-mail para Kate Holbrook, 20 de agosto de 2015.

  7. [7]Proctor, entrevista, pp. 8–11, 14–15; ver o site LDSmag.com.

  8. [8]Proctor, entrevista, p. 30.

  9. [9]Ver Éter 6:5–8.

  10. [10]Citado do original: “Éter 3:1”.

  11. [11]Uma alusão ao poema de William Wordsworth: The World Is Too Much with Us” em Poems, In Two Volumes, London: Longman, Hurst, Rees e Orme, 1807, p. 122.

  12. [12]Ver 1 Coríntios 2:14; Mosias 3:19.

  13. [13]Citado do original: “Alma 13:4”.

  14. [14]Citado do original: “Strong’s New Testament Greek Lexicon, entry number 4457”. Ver João 12:40; Efésios 4:18.

  15. [15]Ver Atos 9:1–18.

  16. [16]Citado do original: “João 9:15, 25”. Ver também João 9:16.

  17. [17]Citado do original: “Alma 32:28, 34”.

  18. [18]Citado do original: “Mosias 4:9”.

  19. [19]Citado do original: “Abraão 3:19”.

  20. [20]Citado do original: “1 Néfi 11:1”.

  21. [21]Citado do original: “2 Néfi 4:16”.

  22. [22]Joseph F. Smith foi o sexto presidente da Igreja e serviu de 1901 a 1918. Conhecido por sua “visão da redenção dos mortos”, contida em Doutrina e Convênios 138, Smith teve essa visão no início da carnificina da Primeira Guerra Mundial e logo após a morte de seu filho, Hyrum (George S. Tate, “‘The Great World of the Spirits of the Dead’: Death, the Great War, and the 1918 Influenza Pandemic as Context for Doctrine and Covenants 138” [O Grande Mundo dos Espíritos dos Mortos: A Morte, a Grande Guerra e a Pandemia de Influenza de 1918 como Contexto para Doutrina e Convênios 138], BYU Studies 46, nº 1, 2007, pp. 4–40).

  23. [23]Citado do original: “D&C 138:1, 11”.

  24. [24]Citado do original: “Joseph Smith—História 1:8”.

  25. [25]Ver Tiago 1:6.

  26. [26]Citado do original: “Oliver Cowdery, ‘A Remarkable Vision’ [Uma Visão Notável], Latter-day Saints’ Millennial Star” 1, nº 2, maio de 1840 a abril de 1841), p. 42. Originalmente publicado em Latter Day Saints’ Messenger and Advocate [Mensageiro e Defensor dos Santos dos Últimos Dias] 1, nº 5, fevereiro de 1835, pp. 78–79. “Pássaro migratório” foi uma frase para sugerir um pássaro ou uma pessoa que passava por lugares em vez de se estabelecer em algum local (“Bird of Passage”, Oxford English Dictionary, s.v. “bird” e “passage”). Oliver Cowdery serviu como escrevente de Joseph Smith quando ele traduziu o Livro de Mórmon, foi uma das três testemunhas do Livro de Mórmon e foi um líder importante nos primeiros anos da Igreja.

  27. [27]Citado do original: “C. S. Lewis, Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz, New York: HarperCollins, 2001, pp. 2, 3”. Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz foi primeiramente publicado em forma de série em The Guardian em 1941 e publicado em forma de livro em 1942 (C. S. Lewis, The Screwtape Letters: Annotated Edition, San Francisco: HarperOne, 2013, pp. xix–xx).

  28. [28]Citado do original: “Robert L. Millet, When a Child Wanders, Salt Lake City: Deseret Book, 1996, p. 11”. Esta citação foi amplamente atribuída a Edith Wharton, uma escritora americana, no final do século 19 e início do século 20, apesar de uma fonte original não ter sido identificada (ver, por exemplo, Robert M. Hutchins, “The University in War and Peace” [A Universidade na Guerra e na Paz], em Representative American Speeches, 1942–1943, ed. por A. Craig Baird, New York: H. W. Wilson, 1943, p. 241; e Marion D. Hanks, “Seeking ‘Thick’ Things”, BYU devotional speech, 26 de março de 1957, acesso em 20 de julho de 2016, speeches.byu.edu).

  29. [29]Citado do original: “D&C 127:2”.

  30. [30]Citado do original: “Joseph Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, sel. Joseph Fielding Smith (Salt Lake City: Deseret Book, 1976), p. 137”. Ver também Joseph Smith to the Church and Edward Partridge, 20 de março de 1839-A, p. 12, acesso em 5 de janeiro de 2016, josephsmithpapers.org.

  31. [31]Proctor tinha seis filhos na época, a mais velha no início da adolescência. Proctor, entrevista, pp. 28–29.

  32. [32]Citado do original: “Lucas 10:41”.

  33. [33]Citado do original: “1 Néfi 10:17”.

  34. [34]Citado do original: “Jacó 4:13”.

  35. [35]Citado do original: “Abraão 1:2”. Joseph Smith publicou “O livro de Abraão” em 1842. O livro é sobre a vida de Abraão, a criação do mundo e o propósito da vida. Foi canonizado em 1880 como parte das escrituras da Igreja na Pérola de Grande Valor (ver “Introduction to Book of Abraham Manuscripts” [Introdução aos manuscritos do livro de Abraão], acesso em 5 de janeiro de 2016, josephsmithpapers.org; Samuel Morris Brown, In Heaven as It Is on Earth: Joseph Smith and the Early Mormon Conquest of Death, Nova York: Oxford University Press, 2012, pp. 84–86).

  36. [36]Citado do original: “Lucy Mack Smith, The Revised and Enhanced History of Joseph Smith by His Mother, eds., Scot Facer Proctor e Maurine Jensen Proctor, Salt Lake City: Bookcraft, 1996, pp. 48, 49–50”. Lucy Mack Smith ditou sua vida para escreventes em Nauvoo, Illinois, em 1844 e 1845. Foi publicado em 1853. O livro foi publicado em várias edições, incluindo um publicado pelos Proctors. (Ver Lucy Mack Smith, History, 1844–1845, pp. 5–6, Biblioteca de História da Igreja.)

  37. [37]Citado do original: “Neal A. Maxwell, ‘Called and Prepared from the Foundation of the World’ [Chamado e preparado desde a fundação do mundo], Ensign, maio de 1986, p. 36”.

  38. [38]Citado do original: “Neal A. Maxwell, Neal A. Maxwell Quote Book, ed. por Cory H. Maxwell, Salt Lake City: Bookcraft, 1997, p. 222”.

  39. [39]Ver Joseph Smith—História 1:11–13; Doutrina e Convênios 76:11–19; 138:1–11.

  40. [40]Citado do original: “Isaías 55:8”.

  41. [41]Citado do original: “Neal A. Maxwell, ‘The Inexhaustible Gospel’, Brigham Young University 1991–92 Devotional and Fireside Speeches, Provo, UT: Brigham Young University Publications, 1992, p. 141”.

  42. [42]Ver Richard Lyman Bushman, Joseph Smith: Rough Stone Rolling, New York: Alfred A. Knopf, 2005, pp. 80–83.

  43. [43]Citado do original: “Smith, Revised and Enhanced History of Joseph Smith, pp. 208, 210, 211”. Ver Lucy Mack Smith, History, 1844–1845, livro 9, pp. 4–7, Biblioteca de História da Igreja.